Maior arranha-céu feito de madeira será construído no Japão
Há alguns anos a arquitetura de prédios feitos em madeira vem ganhando mais espaço em todo o mundo. De tempos em tempos algum escritório/arquiteto anuncia o prédio mais alto feito com este material, como aconteceu em 2014 quando a maior construtora da Suécia anunciou, até então, o maior arranha-céu de madeira que será inaugurado em 2023, porém este posto de maior do mundo (a ser inaugurado) já ficou para trás, pois a empresa japonesa Sumitomo Forestry Co., anunciou, em parceria com o escritório Nikken Sekkei , que irá construir um arranha-céu de 340 metros de altura com inauguração prevista para 2041 e um custo de US $ 5,6 bilhões, porém a empresa acredita que este valor possa ser reduzido com os avanços tecnológicos das próximas décadas.
A proposta das empresas é de fazer o W350 Projec com apartamentos iluminados para aproveitar a luz natural, varandas com bastante verde e promover uma integração com o ambiente, além vários espaços públicos distribuídos entre os andares que abrigariam restaurantes, comércio, hotéis e residências. Quanto à sua matéria prima, apesar de ser anunciado como um arranha-céu feito de madeira, ele não será construído apenas com madeira, mas haverá uma mesclagem com o aço para que a estrutura possa suportar a quantidade de abalos sísmicos que atingem a região.
Você pode perguntar: mas Felipe e a questão de incêndio? Geralmente a madeira utilizada neste processo é a madeira laminada cruzada (CLT = Cross Laminated Timber), composta de camadas, como na composição do compensado. Com isso, o processo para se iniciar um incêndio demora muito mais, tornando-a resistente às chamas e é capaz de manter a estrutura por um longo período após o incêndio. Não tenho certeza se será este tipo de tecnologia aplicada, já que teremos mais avanços com o passar dos anos.
Eu, particularmente, gosto de ver projetos assim, afinal propostas para um uso mais consciente dos materiais aproveitando matéria prima natural, no caso a madeira de reflorestamento (e árvores atacadas por pragas, insetos) são sempre bem-vindas, pois ao substituir fontes não renováveis no projeto evita-se uma emissão maior de dióxido de carbono. Inclusive, no Japão as casas são reconstruídas em média a cada 30 anos e o governo estipula que 80% destes resíduos devem ser reciclados.
*Vale mencionar que não é só lá fora que os projetos com madeira ganham força. Em São Paulo será inaugurado, em 2020, um projeto na Vila Madalena, de autoria do escritório Triptyque, que contará com 13 pavimentos, mesclando espaços públicos e privados e também feito em madeira.