Artista reescreve pichações em muros utilizando fontes legíveis
Eu, particularmente, não sou um apreciador do pixo, e confesso: não consigo enxergar beleza naquelas pichações com tags de crews! Mas usando isso como inspiração, Mathieu Tremblin, um designer e artista francês que se formou na academia de belas artes da França, resolveu criar um projeto de intervenção urbana chamado Tag Clouds em cima de outra intervenção, o pixo.
Mathieu resolveu apagar algumas pichações de tags – aquelas com as siglas dos grupos aos quais os íxadores pertencem – presentes na França, Holanda e Bélgica e substituir suas fontes, que são ilegíveis pra maioria da população, por tags com fontes legíveis.
O artista afirma que seu trabalho é inspirado em práticas e expressões anônimas, autônomas e espontâneas no espaço urbano, a fim de questionar os sistemas de legislação, representação e simbolização da cidade. A ideia é relacionar as tags do pixo com as nuvens de tag que conhecemos na internet (como essa que temos no rodapé do blog). Ele afirma que assim como as tags da internet são marcadores de conteúdo digital, as tags do pixo são marcadores da vida real.
O que mais me chamou atenção no resultado final foi: como tão pouco conteúdo pode causar um impacto visual tão grande? Uma parede inteiramente pixada pode se resumir a uma dúzia de siglas, mas que escritas de forma aleatória possuem um aspecto visual muito peculiar.
Abaixo você pode conferir algumas da intervenções em questão.